A qualidade da educação no Brasil tem sido motivo de preocupação há tempos. Se formos considerar as avaliações internacionais como o PISA, o desempenho dos estudantes brasileiros tem tido uma performance ruim. Por ser um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento de uma nação, a qualidade da educação ruim traz desafios significativos não só para oferecer uma educação de qualidade para os seus cidadãos como também para a qualificação profissional de sua população adulta.
Há anos diferentes governos e iniciativa privada tem buscado concentrar esforços para melhorar o sistema educacional tanto em qualidade como na quantidade de tempo que as crianças e jovens devem permanecer no ambiente escolar.
Há questões estruturais que interferem no processo de aprendizado das crianças e jovens: salas de aula superlotadas, falta de materiais para laboratórios, computadores e até a falta de investimentos na formação e capacitação do corpo docente e das famílias que formam a comunidade escolar.
É importante destacar que os desafios socioeconômicos das famílias de baixa renda são ainda maiores e também influenciam tanto na realidade educacional como no incentivo aos estudos e permanência na escola pelo menos até o final do Ensino Médio.
Faz muitos anos que especialistas na área educacional discutem e sinalizam medidas que deveriam ser tomadas como foco das políticas públicas independente do partido ou legenda que esteja à frente do poder executivo. Iniciativas pontuais trazem resultado, mas não conseguem modificar um quadro educacional geral se não forem consideradas prioritárias e imprescindíveis ao longo do tempo.
Fatores que contribuem para a baixa qualidade da educação
Vários fatores contribuem para a baixa qualidade da educação no Brasil. Um dos principais problemas é a falta de investimento adequado.
O Brasil gasta uma porcentagem relativamente baixa de seu PIB em educação, em comparação com outros países. Essa falta de financiamento adequado resulta em infraestrutura precária, falta de materiais didáticos e equipamentos desatualizados. É importante destacar que não basta aumentar a porcentagem do PIB.
O mais importante é direcionar o investimento de acordo com necessidades específicas de cada região já que o Brasil por ser um país de proporções continentais apresenta peculiaridades em cada parte de seu território.
Além disso, a falta de investimentos para a formação contínua dos educadores também é um problema sério. que afeta diretamente a qualidade da educação que eles podem oferecer aos seus alunos. A baixa remuneração e políticas de carreira incipientes também desestimulam o profissional que está na linha de frente em nossas escolas.
Apesar da criação de uma base Nacional Curricular (BNCC) ainda é difícil a implantação efetiva dessa proposta em muitas escolas principalmente de regiões e municípios que contam com menos recursos financeiros e humano. Isso significa que a formação dos alunos acaba sendo deficitária se pensarmos em um futuro onde jovens e adultos necessitarão de habilidades para lidar com um mercado de trabalho em rápida transformação.
Vale lembrar que a população de baixa renda ainda tem um fator extra de dificuldade apesar das iniciativas dos últimos anos para que as crianças permaneçam na escola. A necessidade financeira da família, muitas vezes determina o abandono precoce da escola principalmente nos últimos anos do Ensino Fundamental II ou Ensino Médio.
Dessa maneira, a Educação acaba sendo mais um dos aspectos da vida do cidadão em que o planejamento a longo prazo não ocorre. Como consequência os resultados positivos para a sociedade em geral acabam não se concretizando.
Estatísticas e dados sobre educação no Brasil
Para entender a gravidade da situação, é importante examinar algumas estatísticas e dados sobre a educação no Brasil. De acordo com o último relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, PISA, o Brasil ocupou uma das últimas posições do ranking entre 81 países avaliados. Esses números são alarmantes e destacam a necessidade urgente de se melhorar a qualidade da educação por aqui.
Além disso, as diferenças socioeconômicas também têm um impacto significativo na educação no Brasil. Crianças de famílias de baixa renda têm menos acesso a recursos educacionais de qualidade e enfrentam grandes desafios adicionais, como a falta de apoio em casa e a necessidade de trabalhar para ajudar financeiramente suas famílias.
Esses fatores contribuem para a lacuna educacional entre diferentes grupos socioeconômicos e perpetuam a desigualdade no país. Da mesma maneira perpetuam o abismo econômico entre as diferentes faixas sociais e limitam as oportunidades de crescimento profissional favorecendo a desigualdade social e econômica que existe no Brasil.
Para a sociedade, a baixa qualidade da educação também resulta em limitar o crescimento econômico do país e torna mais difícil competir no mercado global.
Desafios e obstáculos para melhorar a qualidade da educação
Apesar dos esforços de alguns setores da sociedade, melhorar a qualidade da educação no Brasil continua sendo um desafio. Existem vários obstáculos que dificultam a implantação de políticas e programas educacionais de longo prazo.
Um dos principais desafios é a falta de recursos financeiros e o não direcionamento para as necessidades específicas de cada região do território nacional o que limita os investimentos em infraestrutura, materiais didáticos e capacitação do corpo docente.
Outro fator que também impacta é a burocracia e a falta de coordenação entre as diferentes esferas governamentais para facilitar a implementação das necessidades específicas de cada município.
Superar esses obstáculos requer um compromisso amplo de toda a sociedade para que deem suporte e cobrem um projeto que favoreça a educação a longo prazo. , envolvendo. É um compromisso, em última instância, de cada família, educadores, , instituições públicas e privadas e, certamente do governo em suas diferentes esferas.
Esforços de base e envolvimento da comunidade na educação
Além das iniciativas governamentais, os esforços da comunidade e o envolvimento das famílias também são vitais para a melhoria da educação no Brasil. É notório o quanto o engajamento e apoio familiar na educação contribui para o sucesso acadêmico de crianças e jovens.
Estabelecer uma rotina e organizar ambiente para estudar em casa sinaliza, para os jovens, a importância que a Educação tem no âmbito familiar. Participar da comunidade escolar, auxiliar na melhoria da Escola quanto a recursos físicos, por exemplo, material para laboratório, computadores para os alunos também significa participar ativamente da vida escolar de cada estudante.
Além disso, a comunidade como um todo pode desempenhar um papel importante, fornecendo recursos adicionais, apoio e oportunidades de aprendizado fora da sala de aula como atividades culturais e esportivas que também fazem parte da formação individual de cada pessoa..
Existem várias organizações da sociedade civil que estão trabalhando para melhorar a educação no Brasil. Essas entidades oferecem programas de tutoria, bolsas de estudo e atividades extracurriculares que complementam a educação formal.
Além de também atuarem como defensoras da educação geral e pressionarem o governo para implantar programas e promover a conscientização sobre a importância da educação de qualidade.
É imprescindível o envolvimento da sociedade civil na melhoria da educação no Brasil. Ao exigir transparência, participar ativamente na formulação de políticas e apoiar iniciativas educacionais, os cidadãos podem impulsionar mudanças significativas.
A responsabilidade compartilhada fortalece a educação e estimula as gerações futuras para contribuírem de maneira plena com a sociedade. Investir na formação de cidadãos críticos e engajados não apenas eleva a qualidade do ensino, mas também promove uma sociedade mais justa, inovadora e próspera.
O engajamento da sociedade civil, além de ações da inciativa privada é a chave para um futuro educacional mais promissor para o nosso país. Juntos, podemos transformar a realidade da educação no Brasil e fornecer a todas as crianças e jovens as oportunidades e o futuro que elas merecem.